I - Cartas I [1852] - 1881 [II - Cartas II: 1881 - 1891]; Organização, introdução e notas de Ana Maria Almeida Martins. Universidade dos Açores. 1.ª Edição. Editorial Comunicação. Lisboa. 1989. 2 Volumes de 24x16 cm. Com 581, [iv]; 591-1154, [iii] págs. Brochados. Ilustrado com reproduções de documentos e fotografias a preto e branco. Desta edição das Cartas I e II [sexto e sétimo volumes] das Obras Completas de Antero de Quental (...) tiraram-se 3650 exemplares, sendo 650 fora de mercado. Na obra em prosa de Antero de Quental, muita dela esquecida ou mesmo ignorada, a leitura das suas cartas é indispensável, como desde cedo foi reconhecido. Muitos dos episódios da sua vida - alegrias e esperanças, angústias e fracassos - chegaram ao nosso conhecimento através de revelações aos amigos, raras ainda assim, em apontamentos que são um exemplo de contenção, de autodomínio e até de modéstia. Nada do que foi, em determinadas épocas, a grande popularidade de Antero aqui perpassa em termos factuais. Apenas na carta autobiográfica a Wilhelm Storck, cujas circunstâncias excepcionais quase o obrigam a uma maior exposição, ela se torna um pouco mais perceptível. Antero de Quental (Ponta Delgada, 1842 Ponta Delgada, 1891), um dos mais emblemáticos pensadores do século XIX português, nasceu de uma família fidalga na ilha de S. Miguel, nos Açores. Em Coimbra estudou Direito e aí se tornou destacada figura de uma notável geração de intelectuais, tendo ombreado, entre outros, com Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e Oliveira Martins. Autor de uma obra muito diversificada, constituiu-se marco incontornável na literatura portuguesa.