Autor: MORAES. (Wenceslau de)
Idioma: Português / Portuguese
(Ilustrações Yoshiaki). Casa Ventura Abrantes Livraria Editora. Lisboa. S./D. [1933]. De 22x15 cm. Com 46 págs. Brochado. Profusamente ilustrado com figuras ornamentais coloridas da autoria de Yoshiaki. Exemplar com leves vestígios de manuseamento na capa e contracapa. Edição impressa apenas pela frente, em folha dobrada ao estilo japonês, conservando as dobras fechadas. Segunda edição da criação literária «O Culto do Chá», publicada no Japão em 1905. A obra foi reeditada, por gosto editorial, de acordo com os cânones tipográficos japoneses, apresentando o atilho de tecido ornamental no exterior e as páginas dobradas no interior. Destarte, constitui uma tentativa ocidental de replicar os detalhes físicos da exótica edição japonesa, de que destacamos a volúpia iconográfica. A obra representou para os literatos portugueses do século XX um salto qualitativo no conhecimento da civilização nipónica, fornecendo um retrato estruturado da alma e costumes deste país, revelando uma sociedade organizada, ritualista e sensível a questões de natureza filosófica, características consubstanciadas no cerimonial em torno da ingestão de chá e nas várias ilustrações que ornamentam a obra, particularmente as figuras femininas. O autor revela as origens históricas deste ritual, desde a sua penetração no Japão a partir da China até à refinada arte de servir e beber a infusão de folhas de chá. Esta foi a quarta obra publicada pelo autor a respeito do Japão, país pelo qual se enamorou e cujas descrições em forma de crónica narrativa assumem igual importância às de Pierre Loti em França ou Lafcadio Hearn no mundo anglófono. Nascido em 1854 na cidade de Lisboa, Wenceslau de Moraes foi Oficial de Marinha de Guerra . Nesta qualidade viajou pelos continentes africano, americano e asiático, radicando-se no último, inicialmente em Macau e, posteriormente, no Japão, sua derradeira morada onde serviu alguns anos como Cônsul de Portugal. A sua experiência profissional aliada a uma venerável sapiência resultaram numa vasta obra de literatura conhecida dos grandes círculos eruditos.