Idioma: Português / Portuguese
Espelho de Enganos, Theatro de Verdades. Mostrador de Horas Minguadas. Gazua Geral dos Reinos de Portugal offerecida a El-Rei nosso senhor D. João IV para que a emende. Composta no anno de 1652 pelo Padre António Vieira, Zeloso da Pátria. Edição popular acompanhada de estudo crítico e breves annotações por João Ribeiro. Livraria Garnier. Rio de Janeiro. Paris. 1919. De 21,5x14,5 cm. Com [iv], ii, 365, [ii] págs. Encaderação dos editores com gravações nas pastas da encadernação e lombada. Exemplar com Vestígios de fragilidade e desgaste nas extremidades da lombada, e encaixes das pastas, e pequena perda de cor na lombada, picos de acidez nos cortes do miolo, com sublinhados a tinta no texto. Obra que denuncia e satiriza os abusos de poder e a corrupção. Inventaria as numerosas formas de roubo e desmascaran as múltiplas espécies de ladrões, para que os leitores deles se acautelem e o rei lhes dê 'o castigo que merecem'. A sua redacção ocorreu em 1652, ou seja, ainda em vida de D. João IV, ao qual foi oferecida pelo autor, embora só quase um século depois tenha sido impressa. O título da obra inscreve-se ironicamente numa linhagem de «Artes» de propósito didáctico publicadas em Portugal na primeira metade do século XVII - Arte de Navegar (1606); Arte de Canto-chão (1618); Arte de Orar (1630); Arte de Reinar (1643). Monumento da prosa barroca, a Arte de Furtar, hoje dominantemente atribuída ao jesuíta Padre Manuel da Costa (1601-1667), é uma das obras literárias emblemáticas do período da Restauração e o ponto mais alto da literatura portuguesa de costumes dos séculos XVI a XVIII.